l
terça-feira, julho 26, 2005

O churrasco das nossas vidas



Numa recente e simples refeição de família dei conta de como o frango de churrasco pode revelar tanto do nosso crescimento como pessoa, das várias etapas das nossas vidas. À mesa, em quatro pessoas, estavam representadas três gerações da minha família: a minha mãe, eu e as minhas duas filhas. E, curiosamente, foi quando chegou a altura de dividir o frango por cada um de nós que, num daqueles flashes instantâneos de memória, vi como vão crescendo. É claro que depois de apresentado o caso da divisão do frango podemos generalizar a tudo quanto nos lembrarmos, mas o que me despertou foi mesmo o frango.

Não devo ter sido uma criança muito diferente de todas as outras: só gostava das coxas do frango! Aliás, lá em casa, tudo tinha destino: coxas para mim, pescoço e asas para a minha mãe, peito e tudo o resto para o meu pai. Mas com o tempo deixamos de ser exigentes e piscos com a alimentação e vamos alargando o leque de opções. Quanto mais não seja para proporcionar aos filhos o que eles mais gostam, assim como os nossos pais o fizeram connosco. Bom, eu ainda gosto de coxas de frango, mas deixo-as para as meninas e atiro-me a partes que, quando era mais novinho nem as podia imaginar na boca, como por exemplo a pele tostadinha e com um certo gosto picante (ou como dizia o senhor da churrascaria: "um trinchado pró castigo!!")

Isto para dizer que à medida que vamos ficando mais velhos vai mudando o gosto (ou a necessidade) pelas diferentes partes do fraqngo de churrasco. A minha mãe também foi a própria a confessar que lhe provocava algumas náuseas ver a mãe dela (minha avó) deliciar-se com o pescoço do frango. "Mas que raio de febra há para tirar de uma parte tão ossuda?", pensava a minha mãe. Eu também não compreendo, mas estou a contar que um destes anos os meus netos tenham exactamente as mesmas dúviudas em relação a mim, quando me virem deliciar com um pescoço de frango de churrasco, enquanto eles (netos e netas) se lambusam com as coxas!


|


terça-feira, julho 12, 2005

Obrigado, Madalena!



|


terça-feira, maio 24, 2005

Séries de culto



Para os mais aficionados da série juvenil de culto dos anos 80, informa-se que a FNAC vai disponibilizar amanhã, dia 25 de Maio, o primeiro volume do "Verão Azul", composta por três DVD's, com três episódios cada.

É verdade. Por apenas 29,95 euros, vamos poder voltar a deliciarmo-nos com as aventuras da Bea, do Piranha, do Tito, da Desi, do Javi, do Pancho e do velho Chanquete. E mais vale correr porque, pelo que o site informa, são apenas 49 unidades para cada loja!Comprar pela net... já esgotou!

Já agora, por falar em séries de culto dos anos 80, também está disponível, por 20,95 euros, esta pérola da televisão portuguesa, mais conhecido pelo "Tigre da Malásia"!




|


quinta-feira, abril 21, 2005

Recordações de infância



Filho e neto de homens do mar, sempre fui bafejado pela sorte no que diz respeito a presentes de viagem. Tanto o meu pai como o meu avô, quando vinham da Terra Nova, mais concretamente de St. John's, da pesca do bacalhau, traziam-me sempre carros da Tonka - e que resistentes que eles eram!

Com seis e sete anos, sentava-me em cima dos carros (de aço) e andava neles como se fossem um skate! Duros e resistentes, eram um espectáculo! Não eram muito bonitos, mas eram capazes de resistir às mais adversas brincadeiras. Ainda por cima, a marca era fácil de decorar, mesmo que estrangeira.

É uma das minhas melhores recordações de infância. A minha mãe, por exemplo, deve ainda lembrar-se do cheiro do pão que era feito a bordo, na véspera de chegar a terra. Eu lembro-me dos carros da Tonka, do aroma a água salgada do barco, das trouxas cilindricas de pano branco com as roupas de seis meses de uso, e das caixas de cerveja Sagres (de garrafas com tara perdida, de exportação) que cada tripulante tinha direito a trazer na chegada.

Ah, claro, e os blocos gelados de peixe (eu já sou do tempo das arcas frigoríficas e não do peixe salgado), atados com fitas bem apertadas, que a minha avó dividia pela arca, que ficava a abarrotar. Bons tempos.

P.S. Tonka é um bom nome para cão ou cadela! Quando tiver um(a)...


|


terça-feira, fevereiro 15, 2005

Um mundo que não conheço ou o episódio das eleições dominadas por extra-terrestres!


Reunião secreta do planeamento do ataque à campanha

Estou de boca aberta com o que tenho lido ultimamente sobre o novo rosto dos comunistas portugueses. Primeiro foi o João Pereira Coutinho (não o rico, o colunista), no Expresso, a admitir ser responsável por desmaios familiares ao almoço, ao confessar «simpatizar» com Jerónimo de Sousa. «Vão-me deserdar», adiantou o mesmo colunista. Pudera, digo eu, de hoje para amanhã ainda correm o risco de ver o jovem JPC de estrela vermelha [com foice e martelo dourados inseridos] na lapela do seu blazer tweed, comprado na Cortefiel mas com etiqueta Yves Saint-Laurent.
Depois foi ver o MEC, na sua habitual entrevista aos líderes partidários, dizer-se desarmado pelo feliz Secretário-geral do PCP. «Nunca vi candidato mais preocupado com os portugueses e Portugal», escreve o Miguel na sua apreciação final à alegre conversa de uma hora que manteve com Jerónimo de Sousa. Não contente com destaque, ainda acrescentou: «Quem votar na CDU nas próximas eleições - sejam quais forem os hábitos e as paixões políticas - votará bem».

Mas afinal, o que se passa com os conservadores portugueses? Terá, o Partido Comunista Português levado a cabo uma lavagem cerebral aos seus mais opostos adversários, à boa moda estalinesca, e ninguém se apercebeu? Já não bastavam Freitas do Amaral (a apelar ao voto no PS) e Cavaco Silva (a dizer que previa uma vitória e por maioria absoluta do PS) a provar que estas eleições estão a ser controladas por extra-terrestres? Mas, afinal, que país é este? Terá a direita piscado o olho à esquerda e a esquerda flirtado com a direita?

Acho isto tudo muito estranho. Aliás, digo-vos já que recebi uma chamado do meu amigo Oliver Stone, a dizer que o atraso [notório e em directo] e a rouquidão de Jerónimo de Sousa no debate com todos os candidatos [com assento parlamentar, diga-se, pois não vi Manuel Monteiro nem o camarada Garcia Pereira na RTP] só pode indiciar obra de alguém muito bem infiltrado no aparelho. Como o Comité Central tem fama de ser pior que os arquivos secretos do Vaticano, só mesmo por obra e graça de extra-terrestres pode chegar-se a algum lado.

Fontes próximas, no entanto, confirmam que o líder comunista, desesperado por não conseguir falar no debate, tomou pastilhas azuis, que lhe garatiram ser revolucionárias de Vick VapoRub, mas que afinal eram da Pfizer, acabou a noite a tentar acalmar dos efeitos secundários no «Champanhe».

Entretanto, vou iniciar o meu período de reflexão.
Mas prometo visitas, em breve, a quem sei que estou em falta.


|


sexta-feira, janeiro 28, 2005

De Inocêncio não tem nada...


Papa Inocêncio XI

Estou a ler um livro que retrata o papado de Inocêncio XI, mais concretamente no ano de 1683. Diga-se em abono da verdade que, à boa maneira do nosso Gil Vicente, a linguagem da época leva-me ao rubro.
Baseado em escritos verídicos do suposto narrador da história - que acalentava o sonho de ser gazeteiro, jornalista da época... - não queria deixar de partilhar convosco esta passagem simplesmente alucinante:

Depois, repentinamente começou aos murros e pontapés contra Ciacconio, chamando-lhe calmeirão, cagamerdeiro, fideputa, molengão, tolaço, cabeça de grulha, aleivoso, beiçudo, bargante, sandeu, rabugento, entrecosto de carrapato, rebolão, neto da cagarrinhosa, burrela, cornudo, furta-cebolas, cabrão, refião, mexeriqueiro, trogalho, gamo, rascão, escarnefucheiro, carrapatento, descancarado, sotrancão, malino, abantesma, emboladeiro, sandivarrão, zambro, farinheirão, saioteiro, mulo de judeu, enfrestado, gericocim, alarve de má corrença, barzoneiro, peco, bestigo, gafo de saimento e outros epítetos que nunca tinha ouvido [n.d.r. - nem eu!] e que, no entanto, soavam bastante gravosos e ofensivos
in "Imprimatur, O Segredo do Papa" - Moldani & Sorti, Editorial Presença

Ó meu caro amigo: se estes epítetos que eu também nunca tinha ouvido apelidar já me soam bastante dantescos, nem imagino os outros que vossa excelência nunca antes ouvira!

Por isso, malta, da próxima vez que se dirigirem a vocês como trogalho, escarnefucheiro, zambro ou gafo de saimento, aconselho-vos a não perderem tempo com o dicionário e a partirem, de imediato, para a violência física. Pelo menos não passam por incultos.
Se vier a polícia e vos perguntar o motivo da escaramuça, sempre podem dizer: "senhor agente, não admito que me tratem como um gericocim!

O vernáculo é uma variante linguística de grande instrução. Faz com que as pessoas não sejam parvas* das ideias

* - no sentido vicentino da questão



|


segunda-feira, janeiro 24, 2005

HORA DE MIMOS


Big Ben, The House of Commons

Há alguma coisa mais importante na vida do que estarmos quando mais somos precisos?
Felicidade é isso mesmo!

Até ao meu regresso!



|