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quarta-feira, junho 30, 2004

As mulas de uma cooperativa



Por acaso não era uma cooperativa, mas sim uma sociedade anónima, já nos finais do século XIX. A Companhia Carris de Ferro de Lisboa, no dia 1 de Janeiro de 1900, precisamente no primeiro dia do século que já passou, colocou à venda 1200 mulas (sic), as quais já não precisava devido ao processo de electrificação das linhas existentes. Não se sabe se os animais receberam as devidas indeminizações pelo desemprego instantâneo que sofreram, mas sabe-se que o investimento e modernização da empresa (onde se inclui a compra de outras firmas concorrentes) foram a tábua de salvação de uma companhia que estava à beira de fechar as portas por falta de viabilidade económica.
E como a história se repete, fica aqui a título de curiosidade que exactamente o mesmo se passou com a Volkswagen na década de 80: salvou-se financeiramente depois de ter comprado... a Audi.

Não há nada como uma fuga em frente.

Também para a frente é hoje o caminho dos nossos kinas. Por favor: não deixem 10 milhões de pobres almas a penar por termos morrido com a praia à vista. Somos ou não grandes? Somos como os mares e marés... IMENSOS E PLENOS DE FORÇA

Achei piada a este Mr. Lego vestido a rigor!


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segunda-feira, junho 28, 2004

Politic Champions League



Mais um esforço... Aaaaahhhh, já está. A Europa está nas minhas mãos. Oh Vitorino, desculpa lá pá, eu dei o teu nome mas ninguém sabe quem tu és. Juro que não falei nada de mim, eles é que se lembraram... assim... out of the blue!

Estou pronto! Vou de gás!

Três, dois, um, vou mas é bazar!
Uma espécie de Houdini em versão popular
Será demais aceitar a presidência?
Nada que um político não faça com decência!
Eu gramo a Comissão Europeia a potes
Por isso deixo o país nas mãos do Santana Lopes
Bonito, bonito é dizer que sim
Mandar o Sampaio falar com o João Jardim
De que é que o português se queixa?
Era esta a minha deixa!
Valho mais! Muito mais! Menos ais, menos ais, menos ais... Quero MUITO MAIS!

Declaração à nação:

Caros portugueses e portuguesas:
Lamento informar mas vou abandonar o cargo de Primeiro-ministro, para o qual fui eleito por todos vós, em nome do desígnio nacional. Ter um português na presidência da Comissão Europeia é uma oportunidade que não surge muitas vezes. O engenheiro Guterres teve o mesmo convite e recusou. Eu não o vou fazer. Não quero que pensem que a liderança do Governo era apenas uma rampa de lançamento, mas há momentos que não podemos pensar duas vezes. Portugal está a ir muito bem e venha quem vier, a recuperação económica está já num ponto sem retorno. Resta saber se para melhor ou pior. Podem não gostar de quem vai ocupar o meu lugar na presidência do partido e, consequentemente, no cargo de chefe do Governo. Mas vejam as coisas pelo lado positivo: é bem provável que a Ferreira Leite seja substituída. Boas notícias não acham? A ser verdade, claro... Se não for ela a ocupar mesmo o lugar de Primeiro-ministro
Tentem compreender a minha posição. O campeonato português ficou pequeno demais para mim e, embalado pelo sucesso futebolístico do nosso país, também eu vou tentar a sorte na Liga dos Campeões da política.
Qualquer que seja o desfecho, sairemos sempre a ganhar. A poisição do nosso país vai sair mais reforçada nos órgãos de soberania europeu, porquanto sempre que se falar no presidente da Comissão Europeia irá falar-se num português. "Very Tough" Barroso, poderão dizer. Mas seremos falados.
Não digo adeus, mas até breve. Estou de olhos em vocês.

P.S. - Tratem bem o meu amigo Paulo Portas. Ele, no fundo, é mesmo boa pessoa (estou a ser irónico, para os menos perspicazes!)


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segunda-feira, junho 21, 2004

Biometria



A identidade é um bem precioso. É o que somos. O que fomos, antes mesmo de o sermos. Mas prová-la, hoje, ter um papel ou um cartão já não é suficiente. Nunca fui muito apologista dos sistemas infalíveis, mas acredito que estamos no caminho de não conseguirmos mais negar o que somos ou fazer-nos passar por quem não somos, a não ser com o beneplácito das autoridades (sabemos lá bem o que rola nesse mundo de espiões...).
A biometria, em discussão na Irlanda a propósito das suas verdadeiras implicações nas liberdades individuais, surge como a fronteira final para os equívocos do "quem é quem", numa altura em que o terrorismo assume proporções verdadeiramente globalizantes.
Ser identificado pelo ADN, pela íris ou pelas impressões digitais (só o FBI tem mais de 75 milhões de indivíduos referenciados pelos dedos indicadores direitos) não é uma questão de atentado à liberdade de cada um. Por princípio, não é. Mas a troca de informações já passa a ser.
Seria até muito mais cómodo, por exemplo, numa operação stop, a mítica pergunta dos agentes da polícia "os seus documentos, por favor" poder ser trocada por um discurso muito mais high-tech, do género: "importa-se de olhar para leitor óptico, por favor"!
Seria infinitamente muito melhor, num qualquer aeroporto, colocar o dedo num sensor e aparecer descrito no monitor da polícia o respectivo visto de entrada, sem precisar de passaportes carimbados.
Os sistemas de segurança biométricos já estão em uso nas empresas onde a o segredo tem de ser a alma do negócio. E não só, claro! Transpô-los para a sociedade civil é um passo que ainda vai demorar algum tempo. Mas o futuro adivinha-se.


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sexta-feira, junho 18, 2004

O primeiro coelho foi mesmo para abate



Por todas as razões e mais algumas, gostava de ver Vitorino como presidente da Comissão Europeia. Mas como próprio confirmou, geralmente o primeiro coelho a sair da toca é sempre para abater. Não sei se o seu nome foi o primeiro a ser divulgado como sucessor de Romano Prodi, mas a verdade é que a vaga de direita (esperemos que prestes a ser varrida pelos ventos de mudança) no velho continente não está a ser favorável ao nosso compatriota. Até o vendido do Tony Blair deve apresentar o conservador britânico Chris Patton como candidato ao lugar, para servir de moeda de troca para umas certas cedências da oposição interna, nomeadamente na futura Constituição Europeia. E nestas coisas, como em quase tudo na vida... there's no points for second place!
Até o idiota do Alberto João Jardim veio dizer que, sendo Vitorino socialista, está explicado o seu (não) apoio à candidatura do actual Comissário dos Assuntos Internos e Justiça da Europa. O que vale é que a Madeira não deve contar para nada nestas coisas.
Pode ser que haja mais marés do que marinheiros... embora, para mim, Marinheiro só exista uma.


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quinta-feira, junho 17, 2004

Vá lá... salva a honra do convento!



Pelo menos não vamos ser corridos só com derrotas. E agora há que rapar no fundo do tacho toda a esperança e esperar que ainda resta e depositá-la no jofo com a Espanha. Queriam uma final ibérica? Pois então aqui está ela. Tomando já como facto consomado a vitória da Grécia frente à Rússia, um de nós (vizinhos) fica pelo caminho. Como dizia o António Oliveira, que já o citei aqui, pode ser que seja salvo o negócio e Portugal siga em frente. É pena é ser à custa dos espanhóis. Da selecção portuguesa por aqui em fico até domingo. Altura em que entrarei em estágio.
FORÇA PORTUGAL!

P.S. A Holanda pode esperar...


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quarta-feira, junho 16, 2004

Hup Holland!



Já está decidido: se Portugal perder com a Rússia, a Holanda passa a ser a minha equipa favorita à conquista do título. Também não têm grandes hipóteses, uma vez que a "laranja mecânica" parece ter alguns problemas no sistema hidráulico principal. Mas só pela simpatia dos seus adeptos, eu apoio a malta dos Países Baixos: terra da cerveja Heineken; do Van Gogh e Rembrand; da Philips e de Amesterdão; da KLM e da KPN; da Sky Radio e do queijo Guda; de Roterdão e dos Diamantes; dos Boers e de Cruijf; dos diques e do Holandês Voador.
Além de que o cor-de-laranja, salvo conotações políticas, é uma cor fantástica para estádios de futebol: uma única camisola nota-se em qualquer parte! E quem consegue dominar o mar para viver, dormindo abaixo do nível das águas, merece, no mínimo, o nosso respeito.
Se Portugal perder hoje, naturalizo-me holandês para o Euro 2004.

Lembram-se de mais alguma coisa fantástica na Holanda, sem ser o consumo liberalizado das drogas leves?


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terça-feira, junho 15, 2004

Sabiam que...



...uma bola de golf tem 366 furos (micro-perfuração) para poder seguir o rumo conforme a pancada que recebe e não andar aos zigue-zagues no ar?




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segunda-feira, junho 14, 2004

[OFF TOPIC] ou preso por ter cão e por não ter



Recordo-me perfeitamente como se fosse hoje, nos meus velhos tempos de JUP (Jornal Universitário do Porto, onde conheci uma besta chamada Fernando Alvim, agora em grandes palcos televisivos a fazer as mesmas figuras que fazia nos tempos da faculdade) ter lido, uma vez, na última página de uma das nossas edições de sucesso (tinhamos mais tiragem e eramos mais lidos na cidade do Porto que os próprios decanos "O Primeiro de Janeiro" e "O Comércio do Porto"), um texto da minha amiga Fátima, cujo título era: "Sexo, sexo, sexo!"
Aquilo deu uma polémica desgraçada porque o reitor não gostou muito da brincadeira, uma vez que nós paginávamos o jornal na redacção, por baixo das antigas instalações da FAP (Federação Académica do Porto), que seguia directamente para a gráfica do JN, onde era impresso sem qualquer tipo de censura.
No entanto, o título era mais fogo de vista do que outra coisa. É que o artigo falava de uma exposição de astronomia que ia decorrer na Faculdade de Ciências, começando a Fátima por dizer no referido artigo: "Agora que já consegui a vossa atenção, toca lá a ler o que se vai passar na exposição" XPTO, com um guru qualquer norte-americano a falar de astros. Ainda por cma, e porque uma imagem vale mais do que mil palavras, a figura de suporte era a explosão de uma neblosa qualquer, em tons meios avermelhados (sim, porque nós já tinhamos páginas em quadricromia... o que era um luxo!), e que dava ideia de... isso mesmo, um belo orgasmo (não me lembro de alguém classificá-los de horríveis). Então pois se o título era "Sexo, sexo, sexo", a explosão da nebulosa, não podia ser outra coisa se não isso mesmo.

E isto vinha a propósito de quê? Ah... sim! do título "[OFF TOPIC] e do preso por ter cão e por não ter". OFF TOPIC porque os assuntos dos "ultimamente" têm sido futebol e política. Eu vou entrar no campo do teatro (neste momento, uma vénia à minha querida e saudosa VACAMALHADA!)
Tenho andado a ler um livro sobre o regresso de Bertolt Brech à sua Alemanha (Berlim, mais propriamente) do pós-guerra, à zona controlada pelos soviéticos. Não só para dar vida à peça "Mãe Coragem", mas para fundar o Berliner Ensemble, a sua companhia de teatro. Ora pois o nosso Brecht, na foto (com cara de poucos orgasmos, mas enganador), era um mulherengo de primeira. Nem mesmo na sua fase mais descendente, o homem deixava as rapariguinhas que escolhia para os seus elencos em paz. Acontece que, os russos, finos e com a mania que os americanos mandavam espiões sob todas as formas (Brecht esteve exilado nos Estados Unidos durante a II Guerra, fugido do Hitler) acharam que ele regressava para outras coisas que não só dar nova vida ao moribundo teatro germânico. Vai daí que puseram, nada mais nada menos que a intérprete principal da Antígona a vigiar-lhe os passos, disposta a todos os serviços que o excêntrico Brecht quisesse. Estilo Mata-Hari, estão a ver?
Só que os americanos também não morriam de amores pelo célebre autor, devido às suas ideias pró-marxistas em excesso. Resultado, era preso por ter cão e por não ter. Não durou muito mais tempo, depois disso. Morreu de ataque cardíaco em 1956. Mas deixou uma obra de crítica social riquíssima, de onde se destaca a famosa "Ópera dos Três Vintens", realizada em conjunto com Kurt Weill, embora adaptada da "Ópera dos Pobres", de John Gay, que por sua vez também foi adaptada, mais tarde, pelo Chico Buarque, dando origem à "Ópera do Malandro".
Brecht era um tipo estranho e com uma concepção estética fora do normal. O livro que estou a ler não abona muito em favor da sua reputação e fui escrito por um seu adepto incondicional. Detesto anormais que tratam mal as mulheres. Sejam eles génios ou não. E se tudo o que lá vier escrito for verdade, então o senhor Brecht deve estar a prestar umas contas onde quer que esteja, por tudo o que fez. Velho estúpido.


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domingo, junho 13, 2004

Da euforia à tragédia...em dois actos



Dois actos de 45 minutos cada. Dois golos em cada acto. Da euforia à tragédia grega foi preciso apenas uma hora e meia de jogo e uma prova que os elenistas não têm uma língua morta. Em Vila do Conde, onde os panathinaikos estão alojados, com uma vista extraordinária para o rio Ave, numa encosta arvorada bem juntinho à foz, hoje há consciências tranquilas pelo dever cumprido. E satisfeitos porque, também na costa sudeste do Mediterrâneo, candeia que vai à frente alumia duas vezes. Nós, como sempre, logo depois do primeiro jogo, já começamos a fazer contas: ora bem, se a Espanha ganhar à Grécia, e nós à Rússia, no último jogo os nossos vizinhos vão querer salvar o negócio e vão dar uma mãozinha. Se a Espanha perder e nós ganharmos, ajustamos contas com eles por causa da mania que têm que somos mais uma província. O Queiroz já foi despedido e o Figo deve estar de malas aviadas, por isso, quem não deve não teme. Agora se perdermos com os russos... Não há máquina de calcular que aguente.
Sinceramente, nem estou desolado nem exultante. Até porque já comentávamos lá jornal que só iamos ter três jogos neste Europeu! Portugal não vai deixar de ser o que era antes. E o que somos? Um país com excelentes pessoas. Simpáticas e muito giras. E ao menos mostrámos que somos um país independente e que somos a ponta (de um corno) mais ocidental da Europa. Mas não somos a cauda.

Viva nós!


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sexta-feira, junho 11, 2004

Bamo lá, rapaziada!



Há momentos em que temos de apelar ao mais forte espírito patriótico. Pôr a mão direita no coração, ouvir o hino, deixar arrepiar os cabelos dos braços (ficar com pele de galinha) e esperar que um brasileiro responda às mais secretas esperanças de todos os portugueses.
Gregos ou tróianos, espanhóis ou russos, venha qualquer um, porque desta vez somos nós que estamos a jogar em casa e, parafraseando o nosso estimado António Oliveira, depois da eliminação de Portugal aos pés de uma Coreia do Sul até então desconhecida, há que salvar o negócio, seja lá o que isso for. Ou então, citar um outro ilustre jornalista, Afonso de Melo, contrariando as palavras do supra citado, ao menos que não se perca a vergonha!
Ainda estamos na fase em que não dependemos da matemática e temos tudo a perder e tudo a ganhar. Espero, sinceramente, que não se possa culpar as hipotéticas derrotas da equipa de todos nós pela falta de apoio fora das quatro linhas. Assim todos temos razões mais do que sobra para criticar.
As bandeiras estão nas janelas das casas. O orgulho nacional, apesar dos maus tempos económicos que atravessamos, está em alta. Será demais pedir a taça? Poderá ser, mas não será demais que sejamos dignos e que coloquemos os olhos na equipa do FC Porto: eles já são campeões europeus. Faltamos ser nós. Como cantava o Elvis (singela homenagem à figura sempre omnipresente neste blog...) IT'S NOW OR NEVER!


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quarta-feira, junho 02, 2004

Yupiiiii ou read my lips: get the fuck out of here...



Oh santa rescisão unilateral! Bendito seja quem inventou os despedimentos! Bem aplicados 500 mil euros de indeminização (chupista...)! Glória ao seu sucessor, seja quem ele for!

Extracto de conversa gravado pela PJ, no seguimento das operações de vigilância aos dirigentes de futebol

Dias da Cunha - Alô?! Cherne?! É pá, não dá mais! Já andam a escrever nas paredes do estádio que eu também tenho de ir para a rua. Desculpa lá mas tenho de engrossar a lista de desempregados e mandar um chuto no cú do engenheiro.
Durão Barroso - Já não era sem tempo! Que se lixe o desemprego. O Sporting é que não pode ter esse engenheiro das vitórias adversárias nem mais uma jornada.
DC - Não controlas ninguém na Grécia para ver se levam o gajo sem pagarmos o que ele pede?
DB - Já tentei saber disso, mas o preço acho que é demasiado elevado. Dizem que o aceitam de volta se Portugal perder com a Grécia no jogo inaugural do Euro 2004!
DC - Se já tivesse o Scolari contratado colocava isso como cláusula de opção. Assim, fica difícil.
DB - E se falarmos com o Ricardo? Sempre podia dar continuidade à má época que teve este ano...
DC - Bem lembrado!
DB - Fala com o Pinto da Costa para controlar o árbitro. O velho deve dar o rabito e mais cinco cêntimos para ver o brasileiro pendurado de cabeça para baixo nos Clérigos!

E assim se poupa dinheiro no futebol e se descansam os adeptos!

P.S. - A foto deste anti-Cristo não aparecia aqui no meu blog, não fossem as condições excepcionais de regozijo!


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