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terça-feira, novembro 30, 2004

Que grande injustiça!



O mágico de Camp Nou ficou de fora na corrida pelo título de Melhor Jogador FIFA 2004. Os finalistas são: Ronaldinho (FC Barcelona); Schevchenko (AC Milan); Thierry Henry (Arsenal). O Deco nunca foi jogador do meu clube e nunca fui dos mais defensores da sua chamada à Selecção Nacional. Por isso sinto-me à vontade para manifestar a minha enorme sensação de injustiça pelo facto do nº 20 do Barcelona ter sido afastado do pretenso título do melhor do Mundo.

É que, olhando para os três finalistas, e não tirando mérito a quem o tem, não vejo nenhuma superioridade dos demais em relação à época que terminou.

1 - Ronaldinho é um astro, não há dúvida, mas não participou em nenhuma prova ao nível de selecções esta época e o Barcelona não venceu uma única prova a nível nacional e internacional. Mas não deixa de ser um excelente jogador.

2 - Schevchenko, ucraniano, contribuiu forte no AC Milan para a conquista do scudeto mas nem jogou no Euro 2004. E como goleador, nem esteve entre os três primeiros da Europa.

3 - Thierry Henry, do Arsenal, igualmente campeão de Inglaterra, foi eliminado da Liga dos Campeões nos quartos-de-final e acabou por regressar a casa, no Euro 2004, depois de uma frustrante fase de grupos.

O Deco, por sua vez, foi campeão de Portugal no FC Porto (o menor dos títulos), ganhou a Liga dos Campeões (depois de ter conquistado a Taça UEFA no ano passado), e foi vice-campeão europeu por Portugal, no Euro 2004. Para além de ter carregado o FC Porto e Portugal às costas nesse mesmo ano. Uma época em cheio.

A grande pergunta que se impõe é a seguinte: quais são, então, os critérios de escolha da FIFA para a eleição do Melhor do Ano? Pois bem, reside unicamente na opinião de todos os seleccionadores a nível mundial. Pelo que, está-se mesmo a ver, só devem prestar atenção aos anúncios da Adidas (Thierry Henry) e da Nike (Ronaldinho) e estar atentos aos campeonatos de elite da Europa.
Será que o seleccionador do Burkina Faso ou da Malásia ou do Equador ou do Canadá ou do Senegal ou do Irão ou das Filipinas sabe quem é o Deco?

Para mim foi melhor do Mundo em 2004. E para o Platini também é da mesma opinião!



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quarta-feira, novembro 24, 2004

E agora, percebem a diferença?

A introdução na Filosofia nunca é fácil para malta que não tem ambição nem amplitude intelectual. Falo por mim, obviamente, já que no meu 11º ano tinha mais em que pensar do que nas diferenças entre o Método do alucinado Descartes e o racionalismo puro da bestola do Kant. Aquilo, sinceramente, não me entrava na cabeça. Ok, confesso as minhas limitações cognitivas não sensoriais, mas ouvir a estagiária, que me calhou nesse ano, a tentar explicar coisas que iam para além da minha inteligência, era duro. Mais duro que a vida cronométrica que Kant levava.
Mas houve uma coisa que me ficou desse ano. Desesperada por não fazer-se entender como queria e devia, algo que lhe era tão básico - para ela, claro! -, tentou por vias ainda hoje louváveis o que parecia ser uma missão impossível.
Estávamos a tentar perceber a diferença entre Espírito e Homem - mais outra teoria kantiana - quando numa só aula e em poucos minutos de um enorme silêncio e de prazer auditivo, a minha professora disse tudo sem dizer uma única palavra.
Toque de entrada, lá vinha ela pelo corredor fora, de livro de ponto na mão, com um ar particularmente triunfante para quem ia tentar, pela última vez, explicar a diferença entre Espírito e Homem.
Sentados nas carteiras solitárias, olhámos para o quadro o vimos o sumário. «Oh não, outra vez a cena do espírito não. Já é tortura e espiritual...», pensei eu.
Nisto entra o contínuo (na altura, porque agora parece que são auxiliares de acção educativa!) com um gravador na mão (qual cd's, qual carapuça). O contínuo faz as ligações e abandona a sala. Silêncio tumular. Até a respiração dos presentes era controlada pela curiosidade.
Cassete no leitor, rewind "<<" e play ">"!

Man gets tired
Spirit don't
Man surrenders
Spirit won't
Man crawls
Spirit flies
Spirit lives when man dies

Man seems
Spirit is
Man dreams
The spirit lives
Man is tethered
Spirit is free
What spirit is man can be

Spirit, Waterboys, letra de Mike Scott

No fim distribuiu a letra por todos e não disse mais nada. Passou ao ponto seguinte do sumário.
Nesse dia fez-se luz no meu espírito e descobri que jamais poderia ser torturado. O Homem sim, o Espírito não.

O meu agradecimento público a essa professora porque foi, sem dúvida, um dos momentos mais marcantes de toda a minha vida escolar.

P.S. A ilustração do El Bosco deste post (uma das partes do triplo painel do Jardin De Las Delicias, uma das obras do Museu do Prado) era, exactamente, a capa do meu livro de Filosofia desse ano.



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domingo, novembro 14, 2004

Obrigado!



Obrigado, meus leões. Obrigado mesmo por este momento de felicidade.





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sábado, novembro 13, 2004

A maravilha da Fada dos Dentes



Hoje caiu o primeiro dente da minha Leonor. Quer dizer, fui eu que o tirei com a tradicional linha, com duas voltas e, na tentativa de dar o nó cego final, acabei por ficar com o dentito pendurado no fio. Mas foi uma felicidade imensa ter partilhado esse momento com ela. Fartou-se de chorar com a emoção - e muito miminho à mistura - e no meio do vale de lágrimas e de uma voz de soluços, ainda me disse: «ainda bem que não doeu papá!»
Esta noite, como é ela que dorme comigo, alternando com a irmã, vou receber a visita da Fada dos Dentes. Ela está toda orgulhosa porque na segunda-feira já vai poder mostrar aos amigos da escola que ficou desdentada. Eu fiquei todo orgulhoso porque vi a minha filhota a dar mais um passo importante a confirmar a sua meninice. Está uma mulherzinha. Linda.
Além disso, já tem um outro dente a nascer mesmo por trás do buraquito que ficou do outro, do tamanho quase da sua boca pequenina.

Parabéns minha rica filha. Mesmo desdentada és linda de morrer!



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sexta-feira, novembro 12, 2004

Volto já à moda muçulmana


Cairo (Setembro 2004)


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Tortura Animal



Nazaré (Setembro 2004)


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quinta-feira, novembro 04, 2004

Roubado de Ghibli
Se fossemos um filme, qual seríamos?



Você é "Imensidão Azul" de Luc Besson. Você é sonhador, único. Muito sublime e encantador.


A descrição é enganadora, mas o teste é giro. Por acaso, este é um dos filmes do meu imaginário cinematográfico. Digamos que está na lista do meu top ten (nos cinco de cima, para ser mais preciso), mas não está em primeiro.

P.S. Sublimidade - s.f. qualidade do que é sublime; excelência



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