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terça-feira, fevereiro 15, 2005

Um mundo que não conheço ou o episódio das eleições dominadas por extra-terrestres!


Reunião secreta do planeamento do ataque à campanha

Estou de boca aberta com o que tenho lido ultimamente sobre o novo rosto dos comunistas portugueses. Primeiro foi o João Pereira Coutinho (não o rico, o colunista), no Expresso, a admitir ser responsável por desmaios familiares ao almoço, ao confessar «simpatizar» com Jerónimo de Sousa. «Vão-me deserdar», adiantou o mesmo colunista. Pudera, digo eu, de hoje para amanhã ainda correm o risco de ver o jovem JPC de estrela vermelha [com foice e martelo dourados inseridos] na lapela do seu blazer tweed, comprado na Cortefiel mas com etiqueta Yves Saint-Laurent.
Depois foi ver o MEC, na sua habitual entrevista aos líderes partidários, dizer-se desarmado pelo feliz Secretário-geral do PCP. «Nunca vi candidato mais preocupado com os portugueses e Portugal», escreve o Miguel na sua apreciação final à alegre conversa de uma hora que manteve com Jerónimo de Sousa. Não contente com destaque, ainda acrescentou: «Quem votar na CDU nas próximas eleições - sejam quais forem os hábitos e as paixões políticas - votará bem».

Mas afinal, o que se passa com os conservadores portugueses? Terá, o Partido Comunista Português levado a cabo uma lavagem cerebral aos seus mais opostos adversários, à boa moda estalinesca, e ninguém se apercebeu? Já não bastavam Freitas do Amaral (a apelar ao voto no PS) e Cavaco Silva (a dizer que previa uma vitória e por maioria absoluta do PS) a provar que estas eleições estão a ser controladas por extra-terrestres? Mas, afinal, que país é este? Terá a direita piscado o olho à esquerda e a esquerda flirtado com a direita?

Acho isto tudo muito estranho. Aliás, digo-vos já que recebi uma chamado do meu amigo Oliver Stone, a dizer que o atraso [notório e em directo] e a rouquidão de Jerónimo de Sousa no debate com todos os candidatos [com assento parlamentar, diga-se, pois não vi Manuel Monteiro nem o camarada Garcia Pereira na RTP] só pode indiciar obra de alguém muito bem infiltrado no aparelho. Como o Comité Central tem fama de ser pior que os arquivos secretos do Vaticano, só mesmo por obra e graça de extra-terrestres pode chegar-se a algum lado.

Fontes próximas, no entanto, confirmam que o líder comunista, desesperado por não conseguir falar no debate, tomou pastilhas azuis, que lhe garatiram ser revolucionárias de Vick VapoRub, mas que afinal eram da Pfizer, acabou a noite a tentar acalmar dos efeitos secundários no «Champanhe».

Entretanto, vou iniciar o meu período de reflexão.
Mas prometo visitas, em breve, a quem sei que estou em falta.


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