l
terça-feira, dezembro 21, 2004

Feliz Natal



No dia em que chegou o Inverno até nós (este foi o dia mais pequenino do ano!) e porque estou em gozo de um pequeno período de férias, não queria de vos deixar de desejar - a todo quantos se dão ao trabalho de vir até aqui... - um óptimo Natal, cheio de coisas boas, pois tenho a certeza que foram todos bonzinhos no ano que passou e Pai Natal não vos vai defraudar e que, acima de tudo, nunca vos falte o calor humano.

Para ti, meu amor, fica com a certeza que este Natal vai ser o último dos antigos. Eu acho que me portei muito bem este ano, o suficiente para Ele não esquecer-se de mim. É tão pouco que não vai recusar...

Fiquem bem. Todos.



|


sexta-feira, dezembro 17, 2004

Devagar nunca se foi longe



As minhas desculpas para os maiores defensores da sabedoria popular, mas há coisas que até deixam o senso comum ficar mal. Desde quando é que andar devagar significa ir mais longe? Já nem sequer estou a falar em excessos de velocidade nas estradas portuguesas, porque então aí é que não se ia a lado nenhum! Ou por outra, chega-se a todo o lado bem mais depressa do que qualquer outro que cumpra o código da estrada. Não, estou a falar da minha pontaria para escolher as filas de atendimento mais demoradas das existentes. Acho que é um mal que muita gente se queixa mas no meu caso é demais. Chega a ser desesperante. Até nas miseráveis filas dos hipermercados diosponíveis para clientes que tenham apenas 10 artigos para registar eu tenho azar.
Obviamente, com uma embalagem de quejo, outra de fiambre, um chouriço e um pack de cerveja não me vou colocar atrás de carrinhos com autênticas montanhas de produtos, Everestes, Potes, Himalayas de géneros alimentícios, carrinhos que, com material de sky, podia-se muito bem fazer umas belas descidas, com direito a slalon entre uma ou outra esfregona ou vassora compradas para o que der e vier. O mais normal seria ter de esperar uma eternidade até que a simpática senhora da caixa registadora passasse metade do hipermercado pelo leitor de código de barras.
Não. Há sempre uma força que me puxa para as caixas destinadas aos clientes como eu. Que aproveitam o facto de morar perto de grandes superfícies para fazerem as compritas de última hora, quando decidem fazer uma patuscada.
A verdade é que a Lei de Murphy parece ter sido perfeitamente demonstrada nas caixas destinadas a compras até 10 produtos: ou é alguma coisa que não tem código de barras - e lá vem uma outra funcionária para verificar o preço -; ou é a pergunta habitual - "não tem os 26 cêntimos?" -; ou é os habituais atrasos de vida que só se lembram de confirmar as compras quando já estão para pagar a conta; ou são os problemas de comunicação que fazem passar os cartões multibanco 20 vezes, passando depois a vez aos outros 200 cartões que têm na carteira. Enfim, uma quantidade infindável de situações que me fazem perguntar sempre, mas mesmo sempre, porque será que eu ainda escolho as caixas destinadas a clientes com compras até 10 produtos?
Entretanto, vejas as montanhas dos outros carrinhos desaparecer, como um terramoto e eu, com apenas cinco produtos na mão, a secar, à espera que chegue a minha vez, sabe-se lá bem quando. Já nem tento mudar de fila. Porque fico sempre à espera de ver os outros a mudar e a ter de esperar ainda mais. Nem essa satisfação eu tenho.
Devagar nunca se foi longe. Nunca. A história da lebre e da tartaruga não tem moral. A tartaruga só ganhou porque a lebre adormeceu e, realmente, só me falta passar pelas brasas enquanto espero a minha vez de ser atendido nas caixas ultra-rápidas destinadas a clientes com apenas 10 produtos.
Se fosse mulher, juro que levava uma almofada debaixo do vestido só para passar à frente nas caixas prioritárias a grávidas. Mesmo assim, estou convencido que todas as grávidas do meu distrito decidiam ir fazer compras ao mesmo hipermercado que eu!



|


terça-feira, dezembro 14, 2004

Visionários



Filme de 1984! Ainda há tipos com muita visão!
E a música do Giorgio Moroder (o mesmo que fez parte da música para a versão moderno do Metropolis) e do Phil Oakey, cantada pelos Human League, era giríssima!
O mote do filme, hoje, pode ser do mais banal que possa existir, mas recuando a 1984 é outra história. Basta lembrarem-se de como eram os computadores nessa altura.
Eu, por exemplo, ainda brincava com Spectrum 48K da Sinclair, quanto mais IBM's em DOS e com o cursor verdinho sempre a piscar!



|


terça-feira, dezembro 07, 2004

Relações problemáticas



Há dias encontrei um amigo meu na rua que, percebi logo, queria desabafar. Notava-se na cara dele. Não estava com muito tempo, mas nestes casos de suicídio iminente mais vale não arriscar e ajudar a evitar uma desgraça.
- Olá, tu por aqui?
- Olá, então, como vais?
- Olha, tudo vai vem...
- Oh, tudo vai mal, para mim.
- Mas tudo vai mal porquê?
- Foi o amor...

(Oh, desculpem lá, não era este cd...)

- Então rapaz, que cara essa?
- Nem querias saber.
- Por acaso não quero, mas estás com cara de quem precisa que eu saiba. O que é que se passa?
- Nunca pensei ser pessoa para isso, mas estou a pensar em suicidar-me.
- Bolas... é assim tão grave?
- Não sei o que hei-de fazer mais para resolver a situação. Então tu não queres saber que a minha família anda toda às avessas?
- Isso andam todas. Não te preocupes com isso.
- A minha é demais. Vê lá tu que tudo que começou com as férias do pai da sogra da minha mulher.
- Hã?
- É verdade. Tudo porque vai sozinho, claro. Virei-me para a cunhada da filha da minha mãe e disse-lhe que os problemas iam começar. Nem é tarde nem é cedo: tocou o telefone e era a neta do pai da minha tia. Disse logo que não tinha nada a ver com o assunto. Pensa que por ser só sobrinha da irmã da minha mãe pode dar-se ao luxo de exigir o que quer que seja. A irmã do tio dos meus filhos disse que ela é sempre filha da sogra da minha mulher, mas isso não lhe dá o direito de querer passar por cima da sogra da cunhada da minha irmã. Afinal de contas, como irmã da mulher do meu tio tem uma palavra a dizer. Não contente com o meu ponto de vista, ligou para a mulher do sogro da minha cunhada, para se aconselhar. Mas ela tinha ido a casa da neta do pai da minha sogra por causa do aniversário do primo da filho do meu cunhado. Ele e o marido da nora da minha sogra fazem anos no mesmo dia e estavam a pensar em comemorar tudo junto, aproveitando o facto do neto da mãe da minha irmã entrar para a escola este ano e da filha da avó dos meus filhos querer dar-lhe uma mochila, igual à da neta da mãe da minha cunhada. Uma ideia que deixou a tia dos netos da minha sogra muito indisposta. O certo é que a nora da mãe da minha irmã ainda se zangou com o tio dos primos da minha mulher por causa disso e tive que pedir à avó das sobrinhas da minha irmã para que ficassem com os netos da mãe da minha irmã. Isto sem que a mãe dos sobrinhos da minha mulher falasse com o tio dos netos da minha sogra. Era o mínimo que devia ter feito. Ou até falar com a cunhada do tio da minha mulher, já que se dão tão bem as duas. Bom, virei-me para a filha da sogra do meu cunhado. Não tive outra alternativa, já que nem com a filha do pai da minha tia podia contar. E nem com a ajuda da avó dos filhos do meu cunhado consegui chamar a tia dos netos da minha mãe à razão.
- Isso quer dizer que para o bisavô dos netos do teu pai ir sozinho de férias é porque a mãe da mãe da tua mãe está doente e alguém tem de ficar com ela...
- Ainda bem que me entendes!
- Por acaso, não! Como é que tu estavas a pensar em suicidar-te?



|